terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pedal 200tão - 08/01/11

Farei este relato atendendo a um pedido do Siqueira. Ele disse que o povo comenta que ele mais fala do que pedala... Então, dessa vez ele não vai falar. Hahahahahahaha

               “Esse pedal vai ser caveira XTR 2011 Gold Edition Long Cage!!”
               Era isso que eu tinha em mente na semana que antecedia o primeiro pedal caveira de 2011. Imagine só: pedalar por mais de 170 km, sendo mais de 30 km somente de morro acima e debaixo de um sol forte! “Só” isso já seria brutal, mas no final das contas a coisa terminou muito mais caveira...
               Iniciei a minha preparação física na quinta-feira: aumento na ingestão de líquidos (mais de 90% água), de carboidratos (macarrão e pães) e potássio (banana e batata). Eu e Rodolfo fizemos um pedalzinho entre Laranjeiras e Nova Almeida na quinta-feira apenas para esticar as canelas. Mesmo assim, socamos a bota e nos aproximamos dos 35 km/h de média final. Ótimo aquecimento! No “Dia D”, acordei às 04h20min e tomei um “toddão” (como diz Renatinho) com um pacotinho de Club Social e mais uma mariola. Arrumei os trecos na mochilinha de hidratação, vesti minha “armadura”, peguei a Marinalva (bike) e sai para o pedal por volta das 05h00.
                Cheguei ao ponto de partida (Laranjeiras Shopping) às 05h15min. Logo após chegaram Renatinho, Siqueira e Rodolfo. Ficamos trocando uma idéia sobre bikes e assuntos relacionados enquanto aguardávamos a chegada do nosso amigo Sylvio. Uma pena que o Thiago Mol, Leandro, Felipe e o Cristiano de Santa Tereza não puderam participar conosco dessa vez, mas do Goiapaba eles não escaparão!! Hahahahaha
                Parará, pororô e partimos por volta das 06h00 via Rodovia ES-010 com sentido à Nova Almeida. Logo de cara, imprimimos um ritmo forte com Siqueira puxando o pelotão e assim que chegamos em Nova Almeida percebemos que o Sylvio ficou para trás. Diminuímos o ritmo, mas como ele não apareceu, voltei um pouco para ver se o encontrava. Nada. “Cadê o cara?!” Liguei para o celular dele e o caboclo me disse que estava voltando, pois não estava se sentindo bem. Não sabe ele o bem que fez em voltar...
                Vamo que vamo sentindo Fundão pela Rodovia ES-124. O local é massa para um treino de speed, pois o asfalto está em ótimas condições, bastante sombra em vários pontos e pouquíssimo movimento de veículos. Siqueira seguiu na frente e nós atrás nos matando para acompanhar o cara, no entanto não teve jeito: depois de uma senhora escalada, o danado sumiu na nossa frente. Eu alcancei o Rodolfo e ficamos nos questionando se ele pegou uma carona, se tomou um Red Bull ou se correu atrás de um caminhão de Skol... Hehehehe. Finalmente, depois de mais alguns kilometros com subidinhas legais, chegamos ao posto de combustíveis em Fundão (Siqueira já estava lá há uns 11 minutos...).
                Pastel com caldo de cana na padaria ao lado e sem mais “embromation”, partimos para iniciar a nossa penosa subida para Santa Tereza. No início, estávamos todos subindo juntos, porém meu óculos caiu e fiquei um pouco para trás... Siqueira mais uma vez “achou um caminhão de Skol” e sentou o bambu morro acima. Eu e Renatinho alcançamos o Rodolfo e seguimos subindo juntos. Pouco mais a frente – ou melhor, acima –, o Renatinho foi ficando para trás, mas continuamos subindo e suando que nem porco no rolete!
                A estrada (rodovia, sei lá!) para Santa Tereza via Fundão estava em obras; um sobe e desce terrível de máquinas e caminhões de todos os tipos e tamanhos. Em um dos caminhões que estavam subindo, encontrava-se uma figura inusitada: Renatinho! O cara estava pegando uma carona no caminhão, é mole!? Rsrsrsrs. Assim que nos viu, ele “despongou” e continuou a escalada conosco. Mais adiante, tomamos um baita susto com um carro que nos ultrapassou pela direita em um trecho cheio de cascalhos! Imagine só: subindo bem concentrado diante da inclinação, distância e calor e de repente, um carro nos corta pela direta jogando cascalho para tudo que é lado; um susto do c@%$#!! É cada maluco que aparece...
                Aquela subida parecia não acabar. Renatinho, coitado, perguntava para tudo que era operário quantos kilometros ainda faltavam para chegar à cidade. Depois de um tempo, joguei uma marcha mais pesada e me afastei . Peguei uma descidinha (uhuuu!!) e finalmente cheguei ao centro da cidade. “Ufa, venci mais essa!”. Renatinho e Rodolgo chegaram depois de alguns minutos, ligamos para o Marcelo Croce, tiramos umas fotos e fomos para a pousada Pietrobelli nos encontrarmos com ele e Siqueira.
                Ao chegarmos à pousada, Renatinho esqueceu de desclipar e caiu por cima do Rodolfo! Gargalhada geral!! Foi tipo a chegada das campeãs femininas da Cape Epic 2010. Hahahaha. O pai do Marcelo (que é um grande amigo das antigas do meu pai e não sabíamos) nos recepcionou muito bem e nos deixou à vontade para curtirmos a piscina do local, mas preferimos não entrar. Encontramos com Siqueira (que disse ter chegado uns 30 minutos antes) e depois de um papo, decidimos seguir a recomendação do Marcelo para irmos almoçar num restaurante bacana no centro.
                Depois do rango delicioso, Marcelão nos levou para conhecer uma cachoeira maravilhosa! Preferimos não entrar para não molharmos o carro depois e apenas tiramos fotos antes de voltarmos. Chegando à pousada novamente, tomamos uma ducha gelaaaaaada (!) e descobrimos que uma das sapatas do freio dianteiro do Renatinho se perdeu pelo caminho... Marcelão logo fez contato com um camarada de Santa Tereza que nos trouxe uma par de sapatas novinhas; salvou o dia! Após uma conversa, decidimos descer para Santa Leopoldina e seguir para Cariacica Sede, pois a esperança era de não pegarmos o vento contra.
                Pedalar por estrada de chão esburacada com pneus slick é tenso! Apenas Siqueira estava com pneus 1.95 para estradão. Logo de cara, o pneu traseiro do Renatinho furou depois de um belo estouro! Isso mesmo, estourou fazendo um barulhão! Durante o remendo da câmara descobrimos que o furo foi devido às várias ranhuras presentes no aro (que rodou sem pneu certa vez) e à alta pressão utilizada. Remendo realizado, pressão mais baixa nos pneus e iniciamos a descida para Santa Leo.
                Rapaz, desce muito! Muito mesmo! Como estávamos de pneus slick, tivemos que descer travadinhos, freando bem antes de entrar em qualquer curva e tomado muito cuidado com trechos de areia e lama. Marcelo e Júlio César desceram conosco até um butequinho no meio do caminho. Nos despedimos dos caras e seguimos descendo, descendo, descendo.
                Assim que chegamos à parte “civilizada” de Santa Leopoldina, o pneu traseiro do Renatinho furou outra vez... Siqueira foi fazer o remendo e descobriu que não se tratava de outro furo, mas sim que o remendo feito anteriormente não resistiu e vazou. Enquanto um novo remendo era realizado, a conversa fiada rolava solta e eu tirei um cochilo sentado (abostamento)... Hehehehe. Tudo pronto e continuamos a jornada de volta para casa através da Rodovia ES-080 em direção à Cariacica Sede.
                Por sugestão do Siqueira, fomos pedalando em revezamento para manter o ritmo mesmo com o vento contra (é, pegamos vento contra...). O mesmo Sr. Siqueira nos falou que era tranqüilo seguir por este caminho, pois havia apenas duas subidas mais fortes. Uma ova! Pegamos umas 04 subidas nojentas! Tem problema não; vovozinha nem precisou trabalhar.
                Mais adiante, paramos em um barzinho que já estava fechando para tomarmos uma Coca Cola super gelada. Pouco antes de partirmos, encontramos com uma galera que estava pedalando de speed e/ou MTB com garfo rígido e coroa grande, aí pensei: “Pronto, o ‘pega’ vai começar!!”. Dito e feito; a galera seguiu pedalando forte nas retas e nas duas paredes que pegamos e fomos obrigados a juntar forças para acompanhá-los. Tudo bem, “nem doeu”, né Siqueira?
                Chegamos à pracinha de Cariacica, nos despedimos da outra turma “speedera” (uns 05 ou 06 camaradas, eu acho) e resolvermos que seria melhor Siqueira e Renatinho seguirem pelo Centro rumo à Camburí e eu e Rodolfo via Contorno em direção à Carapina, Serra. A noite foi chegando e nos pegou pelo caminho, mas estávamos com lanternas e tudo se seguiu bem.
                Chegando em Carapina, ao descer um paralelepípedo, minha panturrilha esquerda se contorceu em uma forte câimbra! Não sei por que, mas já é a segunda vez que me dá câimbra no mesmo local após receber uma pancada no chão... Próximo ao terminal de Carapina me despedi do Rodolfo e segui para o lar doce lar.
                Depois de mais de 200 km de pedal, cheguei muito bem em casa lá pelas 20h20min, graças a Deus! Logo liguei para a lanchonete e pedi o maior lanche da casa! Hihihihi. Tomei banho, comi, tomei uma Heineken long neck, assisti 02 episódios de Caverna do Dragão (relembrar a infância é bão demais!) e fui ter o meu merecido descanso.

                É isso aí!
                Mais uma vez foi maravilhoso pedalar com estes guerreiros e ver cada um se superando!! Parabéns e obrigado a todos pela companhia!
               
                Que venham os próximos!
                Vamo que vamo!!

                Forte abraço.
                Atenciosamente,

               
                Pedro Henrique.

As fotos encontram-se no link: